segunda-feira, 16 de abril de 2012

RONDONIA: HISTÓRIA DE CICLOS ECONOMICOS

A MINERAÇÃO



A primeira mina de cassiterita descoberta em Rondônia, se localizava no rio Machadinho, no seringal denominado Augustura, de propriedade do Sr. Joaquim Pereira Rocha, no ano de 1955, este achado mudaria a História sócio-econômica de Rondônia.
Em 1956, foi retirado inicialmente 4 toneladas, já em 1968 foi retirado do solo cerca de 10 toneladas, em 1962 retirou-se aproximadamente 678 toneladas do minério, em 1972 foram retiradas 2794 toneladas, e em 1973 no auge da extração do minério chegou-se a tirar até 7300 toneladas, chegando neste período a produção corresponder a 80% do produzido no país; tendo na figura de Flodoaldo Pontes Pinto e Moacir Mota, os maiores empresários envolvidos neste processo.

Para entendermos com mais clareza este fenômeno e suas conseqüências, o território de Rondônia no ano de 1960 tinha apenas 36.936 habitantes, em 1980 essa população já era 10 vezes maior, correspondendo a 503.070 habitantes, a capital do estado, Porto Velho, já contando com pelo menos 20% desse total de habitantes.

Com a abertura da Br 364 e a chegada dos primeiros caminhões, a exploração da cassiterita cresceu de maneira astronômica. O processo de povoamento do estado também foi alterado devido à exploração do minério, ocasionando com isso transformações fundamentais nas vidas das pessoas que aqui residiam, uma vez que a economia do território, até então, era fundamentalmente vegetal, foi permutada para o extrativismo mineral. Inicialmente a garimpagem da cassiterita se dava de forma clandestina e manual, os garimpos eram densamente povoados, e através desta povoação se desenvolveu as primeiras pistas de pouso, e alguma infra-estrutura nestas localidades.

A maior parte da força de trabalho era masculina, o garimpeiro carregava consigo dois amigos inseparáveis: o revólver e o radinho de pilhas. A extração do minério era um grande sacrifício, geralmente a equipe de trabalho era constituída por duas ou três pessoas responsáveis pela escavação. Estas geralmente atingiam profundidade de até 3 metros, o desmonte da referida cata era feito após 2 ou 3 semanas de serviço.

 
O material utilizado para este fim era: picareta, enxadas, pás, enxadecos, facões e bombas para retirar a água de dentro das catas, que por sua vez era dividida em 3 partes:
1- Remoção do morto / compostos orgânicos (restos vegetais)
2- Argila/ areia, material de cor escura (loleia).
3- Cascalho, complemento de areia, pequenas partes de minério e bastante água.

A quebra era a denominação utilizada pelo garimpeiro da retirada do cascalho. Geralmente dava-se início as atividades de trabalho ás 4 horas da manhã, até as 18 horas ininterruptamente.
 
 
PARTE II
 
Em 1956, um engenheiro hindu foi enviado par fazer um levantamento mineralógico em Rondônia. Estava aberta a história do minério de estanho no Território, que se tornou a Província Estanífera do Brasil.
A lavra econômica iniciou-se em 1959, expandindo-se no começo da década de 60. A partir daí, Rondônia passou a viver um período de fartura, com intensa circulação de dinheiro. Já em 1960, houve uma produção de 49 toneladas de minério e em 1962, produziu-se 678 toneladas. Dez anos depois, em 1972, produziu-se 2.794 toneladas de minério, quando o País já havia se tornado auto-suficiente e começou a exportar estanho em lâminas para o exterior. Todo o minério vinha das minerações localizadas nos rios Machado, Machadinho, Jamari e Candeias.
O Governo Federal, em 1970, proibiu a lavra manual na província estanífera de Rondônia, de acordo com a Portaria nº. 195, determinando que a exploração das jazidas fosse mecanizada através de empresas.
O período áureo da garimpagem manual na região situa-se entre os anos de 1968 a 72. nessa época vinham garimpeiros de todo o País, principalmente do Maranhão, Piauí, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Pará e Amazonas. Cada homem ou grupo trabalhava nos igarapés onde, ao lavar o cascalho, separavam o barro do minério. A cassiterita era levada nas costas até as cantinas compradoras. De lá era transportada para Porto Velho, e em seguida, ia de avião até o Sul do Brasil.
O ministro das Minas e Energia, Antônio Dias Leite Júnior, estipulou prazo de um ano para que os garimpeiros cessassem totalmente as atividades manuais e semi-mecanizadas de procura ao minério de estanho na chamada província estanífera. A portaria causou sérios problemas de ordem econômico-social no período de adaptação das normas e quando surgia na rodovia 364 nova atividade econômica, a agricultura.
Governava Rondônia, naquela época, o coronel Marques Henrique, militar cumpridor de seu dever que, entretanto, viu-se envolvido numa série de angustiantes problemas conseqüentes da desativação da garimpagem manual. Rondônia tinha pouco mais de cem mil habitantes, destes a grande maioria vivia da indústria extrativa vegetal ou mineral, sendo que, dependendo da época e do momento, aqueles rudes extratores tanto podiam ser garimpeiros quanto seringueiros. Naquele exato momento, da febre do estanho, praticamente haviam se decidido pela garimpagem livre que lhes proporciona alguma esperança de enriquecimento.
Alguns garimpeiros haviam chegado nos últimos momentos da década de 70. Outros, eram morados em Rondônia desde que haviam descoberto os garimpos de diamante nos rios Ji-Paraná, Comemoração de Floriano, Pimenta Bueno e Roosevelt. Na mesma década de 50, em que os garimpeiros de diamante descobriam a cassiterita nas terras do seringalista Joaquim Pereira da Rocha, responsável pela análise do material e, consequentemente pelo início da extração do minério.
Não se pode afirmar com precisão, qual o número exato de aventureiros que procuravam recursos nas lavras de cassiterita. Sabe-se que alguns afirmavam que eram mais de 10 mil homens espalhados nas entranhas da floresta, ao mesmo tempo em que eram vitimados pela febre e explorados pelos “marreteiros”, atravessadores da cachaça. Tudo isso gerava uma inquieta mobilidade em busca do enriquecimento – lícito ou não – que explodia no comércio das cidades do então Território de Rondônia. Os comércios cresciam da noite para o dia, tomava volume e se transformavam em grandes armazéns com crédito no Sul do País.

5 comentários:

  1. e o assunto mais chato que ja estudei

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  2. Quanto mais leio sobre o processo de formação e desenvolvimento do Estado de Rondônia, mas encantada fico com esse Estado, rico em biodiversidades.

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  3. a historia de rodoni e muito legal

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  4. Sou geólogo e estou em Rondônia desde 1969. Suas informações são muito inconsistentes, ou mesmo, imprecisas. Henrique G B Corrêa

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