“Nas favelas, no senado, sujeira pra todo lado, Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação”. Essa canção da Banda Legião Urbana embalou a juventude brasileira no final da década de 80 e de norte a sul do país todos se perguntavam: Que país é esse?
Para muitos talvez a corrupção esteja impregnada na alma ou na cultura do povo brasileiro, não é de estranhar que este mal assola nossa terrinha desde a colonização, isso é fato histórico que desde a instalação da primeira Câmara Municipal, que representava teoricamente os interesses da população local (teoricamente). Contudo, atrelada ao Governo Geral existia apenas como agente cumpridor das ordens governamentais.
Assim também é o clientelismo (pratica eleitoreira de certos políticos que troca favores por votos) e o próprio corporativismo. Nosso país esta afundado num lamaçal fedorento dessas práticas que envergonham a maioria dos brasileiros que ainda “acreditam” num futuro melhor para este país!
O Poder Legislativo que na sua essência seria de legislar em favor do povo, criando leis, fiscalizando os outros poderes perdeu sua função para a Policia Federal que não tem brincado em serviço e com excelentes operações tem descoberto, provado e comprovado o envolvimento de milícias formadas por Juízes, Ministros, Senadores, Governadores, Empresários e Funcionários públicos com uma fatia menor do bolo…
Ninguém jamais se igualou ao ex-governador paulista em escândalos de desvio e lavagem de dinheiro público. Mas isso é só a ponta do Iceberg que é uma ameaça aos cofres públicos deste país que só não afundou perla riqueza produzida pela fortuna excepcional desta nação e pela força de seus trabalhadores, a maioria abaixo da linha da pobreza.
Em Rondônia são inúmeros os casos de corrupção e bandalheira cometidos por aqueles que eram para ser a “voz do povo”, muito antes da formação deste Estado, ainda na Construção das Linhas Telegráficas do Mato Grosso, prestação de contas e relatórios dos gastos com a mesma irritavam o tão célebre e homenageado Marechal Rondon.
Era ainda menino, mas, lembro-me da Campanha politica do então candidato mineiro que tentou a sorte por aqui e investiu pesado para se eleger Deputado Federal por Rondônia, falo de Mucio Athayde (o homem do Chapéu), depois de eleito não recebia se quer um rondoniense, e falava em tom alto, que não devia nada a eleitor nenhum pois tinha pago pelos votos em troca de favores.
Jerônimo Garcia de Santana foi o primeiro governador eleito em 15 de novembro de 1986, tendo sido empossado no dia 15 de março de 1987 e o segundo Oswaldo Pianna, natural de Porto Velho ambos decepcionaram o povo rondoniense pela má administração dos recursos e patrimônio público. Na verdade a classe política rondoniense é uma fonte inesgotável de escândalos, que ganharam destaques nacionais a partir do surgimento da chamada bancada do pó, ainda na década de 80, quando deputados federais foram cassados e por crimes políticos até hoje não desvendados, como o assassinato do Senador Olavo Pires em outubro de 1990. A “nossa” Assembleia Legislativa então é um caldeirão de desmoralização desde a epopeia Donadon, passando por Carlão e fechando com chave de ouro com o então defensor dos evangélicos Valter Araújo que continua foragido.
Em nível de município talvez a coisa não seja tão diferente, pelo menos do que tenho conhecimento ou pelo menos nas denúncias feitas pelo Tribunal de Contas de Rondônia em relação a serviços prestados por uma empresa que fazia a coleta de lixo em Porto Velho, salvo engano esta empresa recebeu pelo menos l.641.917,37 (Um milhão, seiscentos e quarenta e um mil, novecentos e dezessete reais e trinta e sete centavos) por serviço que nunca realizou no ano de 2010.
Outro ex-prefeito também fora denunciado pelo Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Probidade Administrativa em 2003 e pelo próprio Tribunal de Contas do Estado por contas das verbas destinadas a construção do calçadão beira-rio que ameaçava desapropriar moradores do histórico bairro triangulo.
E cadê os legisladores, fiscalizadores do povo¿
Na Legislatura Municipal entre 1993-1996 pelo menos vimos uma parlamentar preocupada com o destino e aplicação das verbas públicas, utilizando-se assim do verdadeiro papel de um vereador que seria trabalhar em benefício e defesa do povo, mas, como uma andorinha só não faz verão a mesma ficou acuada com perseguições, difamações e outras coisas que denegriam sua imagem pública somente por querer ser talvez a pioneira no combate a corrupção em Porto Velho.
Falo aqui da ex-vereadora Fátima Brito eleita na época pelo Partido Socialista Brasileiro, fez parte da Mesa Diretora daquela Casa de Leis como 1ª secretária e seu único erro talvez foi ter solicitado junto a seus pares o “IMPPEACHMENT” do então Prefeito Municipal de Porto Velho, naquela ocasião o Sr. José Alves Vieira Guedes; ato este que segundo a mesma custaria caro durante toda sua vida parlamentar. Talvez aqui mais um exemplo de corporativismo politico onde as denuncias teriam sido aceitas na época se fossem alvo de investigação da Policia Federal, assim mesmo correríamos o risco de vermos tudo terminar em pizza, como já é de costume nesse país.
Os exemplos de corrupção, clientelismo e corporativismo politico por aqui tem assunto para publicações de várias coletâneas, na verdade talvez o que o povo queiro é mudanças na Legislação Brasileira que puna o politico corrupto, safado e ladrão; Que nossos políticos preocupassem com a vida das pessoas simples e honestas; Que as verbas gastas em obras públicas fossem destinadas na sua plenitude do planejamento até a conclusão do patrimônio, sem desvios, sem atalhos, sem roubos.
Quando tudo isso acontecer, talvez não tenhamos vergonhar de dizer de peito aberto e em alta voz: “SOU DAQUI E EXIJO RESPEITO”
Prof. Valdeci Ribeiro, especialista em Educação.