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segunda-feira, 25 de junho de 2012
ALÉM DO TRATADO DE TORDESILHAS
ENTRADAS E BANDEIRAS
A partir de 1700, é iniciado no Brasil um processo de alargamento de suas fronteiras com o objetivo de dominar e exterminar os indígenas e as missões dos jesuítas espanhóis, mapeamento do território brasileiro, mineração de ouro e esmeraldas além de outros metais e pedras preciosas, e obtenção de mão-de-obra escrava. As Entradas e Bandeiras surgiram predominantemente em um período em que o Brasil já contava com inúmeros centros populacionais espalhados pelo seu territórios.
Os movimentos originaram-se no nordeste para a região do amazonas e posteriormente para o centro do país. Por outro lado, as Bandeiras partiram de São Vicente, em São Paulo, em direção ao Rio Grande do Sul, além de incursões pela região Centro-Oeste. O movimento das Entradas antecederam às Bandeiras, e ambos possuíram características diversas entre si.
Entradas
Grande parte do território brasileiro era ainda desconhecido: neste período, portanto, as terras ignotas possuíam, para o colonizador, uma aura de mistério que os levava a crer nas grandes riquezas em fontes perenes de metais preciosos ainda não exploradas. Assim nascem as entradas, tendo por objetivos a busca do ouro e o combate e a captura aos "selvagens hostis".
As entradas, portanto, foram os primeiros responsáveis pela dizimação em grande escala das tribos indígenas no Brasil. A ação dos catequizadores, ao passo que se opunha a esta caçada humana, acabava por facilitar o trabalho dos entradistas: a catequização dos índios, que se aglomeravam em aldeias, tornava mais facilitada a própria aniquilação deste povo. Os portugueses ainda aproveitavam as hostilidades entre certas tribos inimigas e jogavam-nas umas contra as outras, tirando grande partido disto. Apesar destes fatos, a luta dos portugueses não se desenvolveu sem perdas: os índios, de grande tradição caçadora e guerreira, opuseram grande resistência ao português. Mas a caçada portuguesa aos indígenas, ainda assim, foi implacável.
Bandeiras
São Paulo foi o grande centro irradiador das Bandeiras. Enquanto as primeiras Entradas possuíam por característica o recrutamento de uma gente aventureira, sem compromissos oficiais, as primeiras Bandeiras foram oficialmente organizadas pelo Governador-geral D. Francisco de Sousa. Possuíram as Bandeiras caráter mais pacífico que guerreiro, embora algumas das bandeiras, com seus sertanistas experientes, foram contratadas para o extermínio de índios ainda rebeldes à colonização e aos negros fugitivos estabelecidos nos quilombos.
Um dos movimentos bandeirantes organizados chegou a percorrer as maiores distâncias de que se tem notícia entre todos os movimentos exploratórios continentais: as jornadas empreendidas por Antônio Raposo Tavares chegaram a somar distâncias percorridas de dez mil quilômetros, abrangendo pioneiristicamente o espaço continental sul-americano. Através das bandeiras, iniciou-se também a exploração do espaço amazônico.
Também a expedição comandada por Fernão Dias Pais foi importante: à procura do ouro, Dias Pais morreu sem vislumbrar seu paraíso de riquezas. Porém, seu filho, Garcia Pais, e seu genro, Manuel de Borba Gato, prosseguiram na busca, fixando-se em Minas Gerais, uma região que atraía muitas outras expedições bandeirantes. Estas que vieram descobriram finalmente as tão almejadas minas auríferas na região das Minas Gerais.
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ENTRADAS E BANDEIRAS
Expedições de desbravamento no interior do Brasil na época da colônia. Organizadas com maior freqüência no século XVII, seus principais objetivos são o reconhecimento territorial, a captação de mão-de-obra indígena, a submissão ou eliminação de tribos hostis e a procura de metais preciosos.
As entradas têm seu centro principal de propagação no litoral nordestino, saindo da Bahia e de Pernambuco para o interior em missão geralmente oficial de mapeamento do território. Também combatem os grupos indígenas que ameaçam ou impedem o avanço da colonização, como os caetés, os potiguares, os cariris, os aimorés e os tupinambás. A atuação das entradas estende-se do Nordeste à Amazônia e ao Centro-Oeste, abrangendo ainda áreas próximas do Rio de Janeiro.
As bandeiras, em sua maioria, saem de São Vicente e de São Paulo para o Sul, Centro-Oeste e região mineira. São quase sempre expedições organizadas por paulistas e formadas por familiares, agregados, brancos pobres e muitos mamelucos que têm como meta atacar as missões jesuíticas e trazer índios cativos ou ir em busca de minas de ouro e pedras preciosas. Entre as principais bandeiras destacam-se as de Antônio Raposo Tavares, Fernão Dias Pais Leme, Bartolomeu Bueno da Silva e Domingos Jorge Velho.
Expansão territorial
Oficiais ou particulares, as entradas e bandeiras têm importância fundamental para a expansão territorial e o desenvolvimento da economia colonial. São essas expedições que devassam a Amazônia e ali dão início ao extrativismo das "drogas do sertão" (ervas, resinas, condimentos e madeiras nobres). Entram pelo rio São Francisco, abrindo caminho para o gado, chegam às serras mineiras e descobrem ouro e diamante. Os sertanistas também são usados no combate a escravos negros aquilombados e índios que se opõem à colonização branca. É o caso da bandeira de Domingos Jorge Velho, contratada no final do século XVII para destruir o Quilombo dos Palmares e depois liquidar a resistência dos cariris no Nordeste, na chamada Guerra dos Bárbaros, que se estende de 1685 a 1713.
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